todo dia.

se encontrar o caminho, fala pra mim. olha pra mim e finge, ate me fazer acreditar já que quando as pessoas vivem das esperanças em que acreditam e são felizes, nem todos os sonhos precisam ser realizados. conta minuciosamente como foi o dia, como foi a noite. me faz ser uma parte. encontra comigo e em cada fragmento de tempo divide um pouco do que viveu e sentiu quando estava longe... mas não me sufoca, não me impede de viver qualquer coisa junto a você. te escuto com atenção, com desespero, com pressa, com vontade de ir embora. de ir contar de mim para quem me escute um pouco, que não fale tanto, que me entenda mais e me questione menos. quero contar também que o dia não foi calmo, nem tão harmonioso quanto eu queria que fosse. quero assim parar de só encontrar dentro de mim pedaços da vida que viveram e contaram, que sentiram e amaram. olha pra mim. agora sem mais tantas reproduções. não é fácil aprender a viver de um modo equilibrado. fico próxima, mas distante também. ou falando demais, ou não falando. ou contando tudo, ou deixando de contar. sempre andando pelos extremos e tentando parar de enxerga dentro de ti tudo aquilo que ainda não vejo em mim.

: cigarra e borboleta.